Eleições Presidenciais
A eleição de Cavaco Silva nas eleições Presidenciais representa uma linha de agravamento do rumo de declínio nacional e da injustiça social.
Eleito com a mais baixa expressão nominal de votos em eleições Presidenciais e beneficiando de uma linha de descontentamento face ao governo do PS (de que procurou descolar-se ainda que apenas num quadro eleitoral), Cavaco acaba por aglutinar um conjunto de descontentamentos que se canalizaram de forma errática para o apoio à sua candidatura. Cavaco e PSD, conjuntamente com o PS e seu governo são corresponsáveis pelo rumo e pelas opções políticas que conduziram o País ao estado em que hoje se encontra. Aprofunda-se o lastro de injustiças sociais e sacrifícios, exigidos exclusivamente à generalidade dos trabalhadores e do Povo.
Os mais de trezentos mil votos alcançados pela candidatura de Francisco Lopes, (resultado percentual muito acima do que sempre foi vaticinado pelas sondagens) e os mais de 7600 votos obtidos em Gaia, são expressão e compromisso de luta por parte de quem viu nesta candidatura uma oportunidade de levar a sua luta ao voto e uma janela de esperança na afirmação da necessidade de rutura com estas políticas de direita.
O que se pede a quem confiou no candidato do PCP é que resista, que não desista, que não se resigne e que assuma um papel de esclarecimento e mobilização no combate à resignação e ao amorfismo. A mobilização para a luta de massas, para a luta dos trabalhadores e das populações, impõe-se face ao rumo de maiores sacrifícios que querem impôr.
Contamos que cada um dos votantes em Francisco Lopes para assumam um papel cada vez maior no processo de transformação social que se impõe.
Quanto ao PCP, sem desânimos nem vacilações, continuará na defesa dos trabalhadores e do Povo - de todos os trabalhadores, independentemente da sua opção de voto – e na afirmação de um rumo e opção que conduza a um Portugal mais justo e fraterno: um Portugal com futuro, independente e soberano, a produzir e a gerar riqueza justamente distribuída.
Injustiças e dependência económica - alastramento da miséria
A entrada em vigor do Orçamento de Estado para 2011, cozinhado entre PS e PSD e apadrinhado pelo Presidente da República, acentuou o ataque aos rendimentos dos trabalhadores e das famílias, o corte do investimento público e a destruição de serviços públicos.
Os salários reais em Portugal, na sua generalidade diminuíram; o compromisso de aumento do salário mínimo nos pressupostos em que foi acordado com centrais sindicais, governo e patronato foi rasgado de forma infame.
O caminho prosseguido é o da recessão económica e do agravamento das injustiças.
Mas não parece ser suficiente: o Orçamento de Estado e medidas adicionais que o acompanharam não vieram por cobro ao processo de chantagem e especulação financeira exercido sobre o País, pelo contrario é um fator acrescido de recessão e dificuldades.
O declínio económico em Portugal é fruto de opções políticas com mais de trinta anos de continuidade, opções a que PS, PSD e CDS submeteram o País.
Os dados revelados pelo INE relativos ao setor empresarial são disso ilustrativos. O País no período compreendido entre 2006 e 2008 (antes desta crise financeira) perdeu 18,8% do número de indústrias transformadoras.
Nesse mesmo período, Vila Nova de Gaia perde mais de 600 empresas transformadoras, ou seja 18,3% do número de empresas do setor produtivo existentes na altura. Ausência de dados mais recentes levam apenas a adivinhar o que terá acontecido nos período entre 2008 e 2010.
Entre 2006 e 2008, Gaia perdeu 27,8% das indústrias têxteis, 24,8% das indústrias de couro e madeiras, 24,2% da indústria metalomecânica, num processo sistemático de destruição do aparelho produtivo.
Estas são responsabilidades partilhadas entre PS e PSD, entre o Poder Central e o Poder Autárquico, obcecados com um modelo de desenvolvimento assente na grande distribuição.
Entre 2004 e 2006 encerraram, em Gaia, 1274 empresas de comércio a grosso e a retalho e, entre 2006 e 2008, encerraram mais de mil. Ou seja, em apenas 4 anos encerraram cerca de 2500 empresas de comércio, pequenas e médias empresas que sucumbiram à concorrência com a grande distribuição. Novamente a ausência de dados não permite quantificar com rigor o período até 2010, mas é visível para todos a falência do comércio tradicional e a retalho no Concelho. Esta é uma das principais marcas caracterizadoras dos 13 anos de mandato de Luís Filipe Menezes.
Intervir e afirmar as propostas do PCP. Defender os trabalhadores e o Povo de Vila Nova de Gaia
O PCP apresentará, no decorrer desta semana, um projeto de resolução na Assembleia da República que recomenda ao Governo o não encerramento da 3ª repartição de finanças de Vila Nova de Gaia (Carvalhos). Este projeto de recomendação dá corpo às justas reivindicações da população e procura travar este processo injusto. Resta saber como se irão comportar os deputados dos Partidos que na Assembleia Municipal se assumiram contra este encerramento.
Pelas ruas, empresas, mercados, feiras, cafés e locais de concentração popular, a Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP dará corpo à campanha “Portugal a produzir”, afirmando a possibilidade e urgência de outro rumo, com outras políticas. Esta campanha assentará em materiais escritos e de propaganda visual, que procurará combater o amorfismo, a falta de esperança e de participação, que os níveis abstenção das últimas eleições presidenciais indiciam.
Esta Comissão Concelhia prepara as comemorações do 90º Aniversário do Partido mobilizando para o vasto e rico leque de iniciativas regionais evocativas desta data e preparando elementos de comemoração e afirmação do PCP, em V. N. Gaia, da sua história e projeto libertador de futuro.
Jornal o “Avante!” comemora 80 anos!
No ano em que o órgão central do Partido, o «Avante!», comemora os seus 80 anos de existência e 70 anos de publicação ininterrupta e na atual situação em que o PCP e o movimento operário e popular são sujeitos a uma concertada pressão política e ideológica, ao silenciamento, manipulação, discriminação e desinformação, a Comissão Concelhia promoverá uma venda especial da edição de 10 de Fevereiro do «Avante!».
Vila Nova de Gaia, 2 de Janeiro de 2011
a Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia