As quase 200 mil pessoas que saíram à rua - 130 mil na capital e 60 mil no Porto, e também cerca de um milhar no Funchal - deram corpo e voz ao justo protesto «Contra o empobrecimento e as injustiças», e fizeram desfilar numa corrente única as várias batalhas em que ultimamente têm estado empenhados trabalhadores de diferentes sectores e empresas, bem como populações e utentes de serviços públicos, especialmente da área da saúde.
Mas estes milhares de portuguesas e portugueses vieram também dizer que não se vergam aos ditames do entendimento entre a troika defensora dos interesses dos agiotas que pretendem continuar a sugar a riqueza nacional e a troika dos partidos que estão comprometidos com a política de direita e aceitaram submeter-se ao pacto de agressão.
A Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia saúda os Gaienses que desfilaram nas ruas do Porto, e reafirma a convicção e o empenhamento na mobilização e ganhar de consciências das populações para a necessidade de resistir à ofensiva.
A luta de massas, a luta organizada é não só legitima como necessária, quem a promove e participa está a dar um grande e decisivo contributo para o progresso do País com mais justiça social.
Aumentam as dificuldades e as injustiças em Vila Nova de Gaia
Os dados do desemprego em Vila Nova de Gaia relativos ao mês de Agosto confirmam a tendência de crescimento e agravamento dos últimos anos.
A sazonalidade e a época balnear, as actividades a ela ligadas não passaram por Gaia. No nosso Concelho o desemprego continuou a crescer mesmo em contra-ciclo com o resto do distrito.
O desemprego registado diminuiu em 13 dos 18 concelhos que compõem o distrito do Porto. A maior diminuição percentual verificou-se no concelho de Felgueiras (-21,8%) e em volume no concelho de Vila do Conde (menos 957 desempregados). O maior aumento percentual verificou-se no concelho de Penafiel (+7,9%) e em volume no concelho de Vila Nova de Gaia (mais 720 desempregados).
É o falhanço das políticas de desenvolvimento concelhio que aqui estão em causa também.
As promessas de criação de emprego no sector terciário, turismo, o aumento da empregabilidade por via da abertura das grandes superfícies aos domingos e feriados, toda a retórica dos responsáveis locais, não passa de isso mesmo, retórica com resultados desastrosos para os trabalhadores, os pequenos e médios empresários e todas as camadas exploradas do nosso concelho.
PCP intervém cumprindo os seus compromissos
No último mês, articulando o trabalho institucional com os problemas e aspirações populares, o grupo parlamentar do PCP questionou o Governo acerca do encerramento do balcão da Segurança Social em Olival, do encerramento da estação dos correios em Sandim, dos salários em atraso na empresa construtora da A32 (Tempo Norte),
Questionaram ainda o Governo sobre a diminuição de horário de funcionamento da extensão de saúde de Arcozelo.
O PCP apresentou um projecto lei que visava a reabertura imediata das Finanças dos Carvalhos, projecto este que foi rejeitado com os votos contra do PSD e CDS, os mesmos que antes de estarem no governo se insurgiram contra o seu encerramento, os mesmos que usaram como arma de arremesso eleitoral a reabertura da repartição dos Carvalhos.
É uma atitude demonstrativa da forma de fazer política dos partidos da política de direita, múltiplas caras consoante o tempo, num exercício de bipolaridade e de engano que deve ser denunciada.
Na próxima segunda feira, uma delegação do PCP no qual se inclui o deputado Jorge Machado visitará a extensão de saúde de Arcozelo e receberá uma delegação do Movimento de Utentes dos Serviços de Saúde.
Defender a democracia e o poder local democrático
Estão de novo em cima da mesa os ataques ao poder local democrático, quer sobre a forma de intenções de alteração à lei eleitoral, promovendo a criação de executivos mono colores, que através da ideia peregrina de que a democracia é um custo, o poder local é um custo e há que extinguir Freguesias.
Num processo com avanços e recuos por parte das estruturas partidárias de PSD, CDS e PS em Vila Nova de Gaia, onde já se ouviu a ideia de reduzir a 7 ou 8 o número de freguesias neste Concelho, a Comissão Concelhia do PCP reafirma a sua total oposição a este processo, e continuará a fazer o que estiver ao seu alcance para informar e mobilizar as populações para a luta contra tais intenções.
O exemplo de Sandim é caricato. Fecharam a estação de correios, e entregaram o serviço a uma pequena loja local, sem condições nem dignidade. Agora afirmam que o serviço passará para a Junta de Freguesia, esquecendo que esta mesma junta está naquelas a extinguir, segundo o parecer da ANAFRE recentemente divulgado.
Estão a brincar com as populações, com as suas necessidades, com os seus direitos.
As juntas de Freguesia, os representantes políticos locais, são a forma de poder mais próxima, os interlocutores mais próximos. As Juntas de Freguesia prestam serviços e apoios que ganham acrescida importância nas freguesias mais pequenas e distantes dos centros.
Este processo é um erro, uma medida que só pode ser entendida num quadro de poupança em tudo o que faz falta às populações para enriquecimento da elite económica.
Vila Nova de Gaia, 08 de Outubro de 2011
a Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP