9 de janeiro de 2009

Texto de Ilda Figueiredo para o Boletim Municipal

Na sequência da Deliberação Directiva 1/2008 da ERC, a Vereadora da CDU na Câmara de Vila Nova de Gaia, Ilda Figueiredo, questionou a maioria PSD/CDS sobre a questão, pois ao longo do mandato apenas dois ou três textos seus foram publicados no Boletim Municipal, e há mais de um ano que nada ali figura.
Na sequência, a Vereadora enviou um novo texto, que se espera venha agora a ser publicado, e que se transcreve:
Plano e Orçamento para 2009
Ilda Figueiredo
No Plano e Orçamento para 2009, a maioria PSD/CDS engloba os onze anos da sua gestão, confundindo o que são investimentos públicos e privados, misturando o que é da responsabilidade da Administração Central com o que é obra do Município de Gaia.

Neste período, a actual maioria apresentou Orçamentos inflacionados num total de 2.500 milhões de euros, mas só pouco mais de metade foi executado. Nos investimentos prometidos, a situação foi pior: orçamentaram mais de 1.500 milhões, mas executaram pouco mais de um terço desse valor. Os valores foram exagerados para justificar o anúncio de obras que nunca concretizaram, como equipamentos sociais e colectivos em bairros municipais e em diversas freguesias, ou apenas o fizeram muito mais tarde. Outros, arrastam-se há vários anos, como a reabilitação de Vila d`Este e as casas camarárias degradadas do Centro Histórico.

Para 2009, os valores são ainda mais exorbitantes: como se pode prever quase 300 milhões, quando, em 2008, se arrecadou pouco mais de metade disso?

Para obter receitas, multiplicam a engenharia financeira, como a venda de património a um fundo imobiliário, passando a pagar renda pela sua utilização. Tentam algo similar com as ETARs e o saneamento em alta, e sobrecarregam os munícipes com taxas e pagamentos elevados, incluindo na factura da água, saneamento e lixos.

Proliferam empresas e agências municipais, decerto úteis para alimentar clientelas e ganhar obediências, mas cujos benefícios para Gaia continuam por demonstrar, contribuindo para o elevado endividamento. Os encargos com juros ultrapassam 12 milhões de euro/ano. Daí o voto contra da CDU.

Nota final: Parece que a CDU passará a ter algum espaço nas publicações municipais, no cumprimento da Directiva 1/2008 da ERC, de que se cita o ponto 8:

8. Tratando-se de publicações de titularidade pública e sujeitas ao respeito pelo princípio do pluralismo, encontram-se obrigadas a veicular a expressão das diferentes forças e sensibilidades políticas que integram os órgãos autárquicos.

Tal espaço deverá ser também extensivo aos sítios da CMG na Internet, respeitando o pluralismo e a legalidade.