29 de abril de 2016

NI - CDU votou contra Relatório e Contas de 2015 - 29.4.2016

Como é público, em finais de 2014 a CDU votou contra o Plano de Actividades e Orçamento para 2015 porque, apesar de este contar com aspectos que então consideramos positivos (como uma ligeira redução de IMI e da factura da água, apoios a IPSSs, valorização do Ambiente, e sobretudo medidas de transparência) ainda assim assumia um conjunto de prioridades e opções políticas de que discordamos, designadamente na Cultura, no apoio ao movimento associativo e ao apoio social, ausência de políticas de Juventude claras, não aplicação do horário de 35 horas, e uma aposta desproporcionada na chamada "escola a tempo inteiro", para além de um desajustado empolamento (embora menor que nas gestões anteriores) das previsões orçamentais.

No Relatório e Contas da Gerência de 2015 ontem apreciado, e apesar de aparentemente ter havido um esforço de clarificação, ficou mais uma vez claramente demonstrada a razão que nos assistia naquelas críticas: a execução orçamental global ficou pelos 80%, e apenas graças às receitas correntes, pois as receitas de Capital ficaram pelos 46%; e mesmo nas áreas que o Executivo considerava prioritárias se assistiu a uma diminuta execução, com consequências negativas para a população.

Realçamos que a vergonhosa cedência da Câmara ao anterior Governo na questão do horário de 35 horas levou a que só após a determinação do Tribunal Constitucional aquele horário fosse reposto, com um considerável atraso e sem qualquer compensação aos trabalhadores do Município, que durante mais de um ano foram obrigados a trabalhar sem receber.

Nesta conformidade, a CDU votou contra o Relatório e Contas, apresentando a Declaração de Voto que se anexa.

 

V N Gaia, 29.4.2016

CDU/Gaia
Gabinete de Imprensa

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CONTA DE GERÊNCIA 2015

DECLARAÇAO DE VOTO

 

Aquando da apreciação do Plano para 2015 constatou–se que aquele mantinha a linha essencial de gestão corrente que já havia sido praticada em 2014 – e o documento que agora apreciamos confirma plenamente aquela constatação.

Referimos na altura que prever quase 156 milhões de euros de receita constituía um empolamento face ao histórico acumulado. É certo que mais diminuto do que os de anteriores mandatos; mas mesmo assim um empolamento.

 

E de novo o tempo deu-nos razão: as receitas globais diminuíram 6,5 milhões face a 2014 e ficaram aquém de 124 milhões, ou seja, 80% do previsto. E também como habitualmente esta percentagem ficou apenas a dever-se às receitas correntes, pois a "poupança corrente", ou "saldo corrente", ou seja, a diferença entre as receitas correntes arrecadadas e as despesas correntes concretizadas, ascendeu a quase 30 milhões de euros, que assim contribuíram decisivamente para possibilitar algum investimento, pois não foi arrecadado nem metade dos 29 milhões de receitas de Capital que tinham sido previstas.

Foi portanto grande a diminuição e corte de despesa que então sublinhamos existir nas áreas da Administração Geral, das Forças de Segurança, do Ensino Não Superior e Serviços Auxiliares de Ensino, da Ação Social, da Habitação, do Ordenamento, do Saneamento e Abastecimento de Água, Desporto, Indústria e Energia, Transportes Rodoviários, Turismo, Metrologia, com as naturais consequências negativas sobre os serviços prestados pela Câmara aos seus munícipes.

 

Valorizamos em 2014 a manutenção da intenção de redução do IMI, por em certa medida assim se aliviar o peso deste imposto sobre os cidadãos gaienses; e apesar disso constatamos agora ter havido um aumento superior a 2% nesta receita, o que demonstra a justeza do juízo crítico que formulamos a este imposto desde a sua criação.

Já a redução de 6% na fatura de água, como igualmente previmos, revelou ter pouco ou nenhum impacto nos orçamentos familiares.

 

Valorizamos o apoio às IPSS´s que o Orçamento para 2015 anunciava, mesmo continuando a considerar que a Câmara não poderia nem deveria substituir-se ao Estado nesta área.

Porém, a verdade é que apenas terá sido efectivamente atribuído metade do valor previsto. Ora, a Câmara não deve igualmente frustrar as expectativas que cria e reduzir os apoios que anuncia.

 

Valorizamos e continuamos a valorizar as medidas que potenciem mais rigor, ética e transparência na gestão camarária, assim como as que visam a redução da dívida, sobretudo nas Empresas Municipais, pois continuamos a ser surpreendidos com novos elementos e situações que causam apreensão. Recordamos que o termo "maquilhagem", utilizado pelo Senhor Presidente para caracterizar as contas apresentadas nos últimos anos, constitui um elemento da maior gravidade pois coloca em causa a fiabilidade de todos as Contas e Orçamentos presentes a esta Assembleia durante o prazo de tempo abrangido.

Neste âmbito, registamos a informação contida neste documento sobre o Fundo Imobiliário Fechado (Fundimo) que o anterior Executivo constituiu em 2008 e com uma duração de 10 anos: foram então recebidos 17,4 milhões de euros, mas a Câmara ficou obrigada a pagar rendas que, anualmente, rondam 1,9 milhões. É fácil de perceber que não foi um bom negócio, e que o Município ficou prejudicado com este processo.

 

Valorizamos que tenha sido finalmente reposto o horário de 35 horas, frisando contudo que o poderia ter sido há muito mais tempo e que os trabalhadores foram prejudicados pelas cedências da Câmara ao anterior Governo – algo que em muitas outras autarquias não sucedeu – sem que tenha até agora havido uma real compensação por tal injusta penalização.

 

Na Cultura, sendo de relevar o lançamento da Bienal de Arte, que desde o início saudamos e acarinhamos, é não menos certo que continuou a preferir-se o apoio a privados e o recurso às "indústrias das artes" para promoção de "mega eventos", em detrimento do apoio à produção e fruição, e com repercussões negativas no movimento associativo, que continua subfinanciado tal como o movimento associativo de recreio, de lazer e desportivo.

 

A política de juventude continuou a marcar passo.

 

O projeto "Gaia Aprende+" continua a não nos merecer aprovação, quer pela sua implementação, quer por significar mais custos para as famílias.

 

As reservas do ROC expressas quanto a anteriores Contas voltam a ser reiteradas, prolongando-se a sua necessária correcção.

 

Não questionamos que este documento esteja devidamente construído do ponto de vista técnico, e valorizamos o esforço de redução do endividamento e de saneamento das contas municipais levado a efeito.

Mas destacamos que no essencial a Câmara prosseguiu em 2015 um conjunto de políticas com que não nos identificamos e que objetivamente não servem os interesses dos Gaienses.

 

Assim, em congruência com a posição que assumimos aquando da apreciação do Plano e Orçamento para 2015, votamos igualmente contra esta Conta de Gerência.

 

V. N. Gaia, 28.4.2016                     

Pel'A CDU,


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22 de abril de 2016

Agenda 25 de Abril e 1 de Maio

"Pelo Futuro Retomar Abril!"


Dia 24 de Abril | 22h00 | Avenida dos Aliados

Concerto Quinta do Bill | Coral de Letras da Universidade do Porto | Fogo de Artifício


Dia 25 de Abril | 14h | Largo Soares dos Reis (junto à ex-pide)

Homenagem aos Resistentes Anti-fascistas | Desfile da Liberdade


15h30m | Avenida dos Aliados

Pauliteiros de Nevogilde | Virgem Suta

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"Avançar pela Mudança"

1º de Maio | Dia do Trabalhador | Defender, Repor, Conquistar

Porto | Aliados | 15h | Comício | Manifestação

Concertos:

Kobalamina (Trabalhadores da Petrogal)

Progeto Aparte 



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NI: PCP solidário com a luta dos trabalhadores da Caetano Bus - 22.4.2016

Ontem, dia 21 de Abril, os trabalhadores da CaetanoBus realizaram mais um período de greve, concentrando-se em frente às instalações da empresa contra a discriminação salarial e exigindo aumentos salariais dignos para todos os trabalhadores. Um plenário deverá ter lugar no dia 3 de Maio.

Uma delegação da DORP do PCP esteve no local, afirmando o apoio e solidariedade do Partido para com esta justa luta, destacando a importância da acção, e apelando a uma grande participação na Manifestação do 1º de Maio.

A Organização Concelhia de V N de Gaia do PCP saúda e apoia os trabalhadores da CaetanoBus.

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15 de abril de 2016

NI - AM saúda 42 anos de Abril e 40 de CRP - 15.4.2016

ASSEMBLEIA SAÚDA O 42º ANIVERSÁRIO DA REVOLUÇÃO DE ABRIL

E O 40º ANIVERSÁRIO DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

 

A Assembleia Municipal aprovou, por proposta da CDU, uma Saudação ao 42º aniversário da Revolução de Abril e ao 40º aniversário da Constituição da República, que se remete em anexo.

Não tiveram o mesmo resultado outras propostas da CDU, nomeadamente relativas à privatização da TAP e os problemas do financiamento das Autarquias Locais, apesar da sua pertinência e oportunidade, pelo que igualmente se anexam.

Por outro lado, a CDU retirou uma proposta relativa à reposição de Freguesias forçadas à extinção pelo Governo PSD/CDS, atendendo ao anúncio, por parte do Presidente da Câmara, da iniciativa de criação de um Grupo de Trabalho, integrando todas as forças políticas representadas nos órgãos municipais, presidentes de juntas, vereadores e técnicos, no sentido de avaliar os efeitos dessa extinção e fusão forçadas e propor alternativas, no quadro do que foi anunciado pelo Governo no que respeita a esta matéria.

A CDU continuará a exigir em todas as suas áreas de intervenção, que seja anulada esta injusta reforma administrativa efectuada com falsos argumentos e falsas promessas e à revelia da vontade das populações.

Nota ainda para a presença, no início da reunião, do Presidente da CCDR-N, que apresentou alguns elementos respeitantes ao novo quadro de financiamento comunitário.

Nesta oportunidade, e porque esta matéria ainda irá ser apreciada em profundidade, a CDU apresentou apenas uma Declaração Política (que igualmente se anexa) de âmbito global, criticando a falta de soberania nacional na execução de uma estratégia para um plano de desenvolvimento nacional e regional que realmente responda às necessidades de transformação do actual modelo de desenvolvimento económico  e social de Portugal, à promoção da coesão interna, aos interesses do povo e do país; e criticando o centralismo que se verifica nesta matéria, que deixa de fora eixos prioritários ou lhes atribui dotações mais que insuficientes, com reflexos potencialmente graves na valorização do território e na redução das assimetrias inter/infra-regionais.

Como é referido na Declaração Política apresentada, "já há muito consideramos ser necessário um outro caminho e a definição de outro processo de discussão e definição de prioridades.

Prioridades capazes de assegurar as verbas necessárias no domínio das infraestruturas de transportes, incluindo na área da mobilidade urbana e suburbana, que permitissem alavancar o desenvolvimento da região Norte, mas também no que diz respeito à promoção, valorização e desenvolvimento da produção nacional.

Apesar de toda a propaganda que está associada aos fundos comunitários, as medidas que a região e o país precisam para superar os estrangulamentos existentes e alavancar a recuperação económica e a superação das assimetrias intra-regionais e infra-regionais só são possíveis no quadro de uma ruptura com a política de direita e com o rumo de integração capitalista da UE, que abra caminho a uma política patriótica e de esquerda.

Tal não obsta, no entanto, a que a aplicação desses fundos possa permitir atenuar problemas e dificuldades existentes e esbater assimetrias. Importa porém que se dê particular atenção a duas áreas estruturantes: as acessibilidades e transportes e a produção nacional."

 

 

CDU/Gaia - Gabinete de Imprensa

15.4.2016

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Saudação

No 42º aniversário da Revolução de Abril

e 40º aniversário da Constituição da República

 

  • Considerando que assinalamos este ano o 42º aniversário da Revolução de Abril e o 40º aniversário da Constituição da República do Portugal liberto da repressão, censura, prisões e tortura dos muitos democratas e patriotas que se bateram pela liberdade e a Democracia;

 

  • Considerando que a Revolução de Abril propiciou conquistas políticas, sociais, económicas e culturais que a Constituição da República acolheu e foram a fonte para um acelerado desenvolvimento do País com uma marcante e galvanizante participação dos trabalhadores e das populações;

 

  • Considerando que a consagração do Poder Local Democrático foi uma das mais relevantes conquistas da Revolução de Abril;

 

  • Considerando que a Revolução de Abril e a aprovação da Constituição da República foi um dos maiores actos de afirmação de soberania e independência nacionais;

 

  • Considerando que os Valores de Abril permanecem bem fundo no ideário dos trabalhadores e do povo português e que a Constituição da República, apesar de ter sido sujeita ao longo dos anos às mais diversas provas de desvirtuamento e descaracterização, continua a consagrar um conjunto de princípios e normas que constituem elementos bastantes para um Portugal de liberdade, democracia, progresso social e económico, desenvolvimento cultural e paz,   

 

A Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, reunida a 14/04/2016, delibera:

 

  1. Saudar os valores e conquistas da Revolução de Abril, cujos elementos essenciais estão consagrados na Constituição da República Portuguesa e são base para uma política que sirva Portugal e os portugueses.
  2. Apelar aos trabalhadores, aos eleitos autárquicos, ao movimento associativo e à população para se associarem às comemorações do 25 de Abril, na afirmação do Poder Local Democrático como conquista de Abril e na defesa dos interesses e direitos das populações.

 

 

V. N. Gaia, 14.4.2016                                              Pel'A CDU,

                                                                                  

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Moção (não aprovada)

 

Sobre a privatização da TAP e a eliminação de voos para o Porto

 

 

  • Considerando que o processo de privatização do Grupo TAP realizado pelo anterior governo é ilegal, seja pelo facto de ter dado garantias bancárias a este negócio sem cumprir os requisitos legais, seja por ter processado a venda da empresa quando já estava demitido pela Assembleia da República, seja ainda pelo facto de os supostos «compradores» não o poderem ser à luz do direito comunitário;
  • Considerando que o que se exigia era a pura e simples anulação do que era nulo, retirando da TAP o grupo monopolista que tomou conta da empresa e que o Governo PSD/CDS lá meteu ilegalmente;
  • Considerando que o Governo do PS veio agora anunciar a salvação da privatização, num negócio de contornos pouco claros, onde assumiu a manutenção de 50% do capital nas mãos do Estado mas abdicou da gestão para o grupo económico em causa, o que não corresponde às necessidades do país nem acautela o futuro da TAP e da soberania nacional;
  • Considerando que estão a ser particularmente afectados os interesses do Norte, com o sucessivo cancelamento de voos de e para o aeroporto do Porto, o que demonstra que não basta manter a maioria do capital em mãos públicas, dado que, embora aumente as possibilidades de controlo público das decisões tomadas pela Administração da TAP, se essa gestão continua privada e o governo afirma que não interfere nas suas decisões, os problemas não só não se resolvem como se podem agravar;

 

A Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, reunida a 14/04/2016, delibera:

 

  1. Manifestar a sua preocupação com a situação existente, dados os riscos que se correm com a gestão privada da TAP, na medida em que o Grupo TAP tende a ser colocado ao serviço de uma estratégia que lhe é alheia - a que interessa aos accionistas da Gateway, que detêm outros interesses mais estratégicos para eles do que a TAP, como são exemplo as negociatas com a Azul; as eliminações de voos a partir do Porto; o acordo de code-share da TAP com a Azul em único benefício desta última; o modelo anunciado de ponte aérea, numa subcontratação de serviços que indicia até onde se pretende ir na degradação da TAP;
  2. Assumir a defesa de uma TAP inteiramente pública, recapitalizada, ao serviço do desenvolvimento do país e factor de afirmação e projecção da soberania nacional e ao serviço de todo o país, exigindo a pronta intervenção do Governo, em algumas questões mais urgentes, designadamente a retoma imediata de todos os voos de e para o Porto e o fim da intenção de subcontratação de serviços regulares à OMNI/Whyte, como os previstos para a ponte aérea Lisboa-Porto, na medida em que representam uma torpe tentativa de fugir à contratação de trabalhadores com direitos.

 

 

 

V. N. Gaia, 14.4.2016                                              Pel'A CDU,

                                                                                  


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Moção (não aprovada)

O Orçamento do Estado para 2016 e as autarquias locais

Considerando que O Orçamento de Estado para 2016:

  • elimina alguns constrangimentos à gestão autónoma dos recursos próprios das autarquias locais, designadamente no domínio da gestão do pessoal ao seu serviço, e minimiza outros, como aspectos relacionados com a execução da lei dos compromissos ou com a consignação forçada de algumas receitas;
  • mantém um quadro geral de deveres de informação e um regime sancionatório próprios do exercício de tutelas de mérito e integrativa que a Constituição da República expressamente veda;
  • Persiste no crónico incumprimento da Lei das Finanças Locais, avaliado em cerca de 300 milhões de euros sonegados às autarquias, tão mais incompreensível quanto a abrupta redução das receitas a que foram sujeitas, quer com a imposição da nova Lei de Finanças Locais, quer com os cortes impostos desde 2011.

 

 A Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, reunida a 14/04/2016, delibera:

  1. Saudar e valorizar as disposições que visam eliminar ou minimizar alguns dos constrangimentos à autonomia do Poder Local, designadamente quanto à eliminação de consignações e as restrições à contratação de pessoal;
  2. Condenar o prosseguimento da sonegação dos recursos que a Constituição e a Lei atribuem às autarquias locais e reclamar o cabal respeito pela Lei das Finanças Locais;
  3. Reclamar medidas urgentes que ponham fim às mais diversas formas de tutela não estritamente inspectiva e reponham um quadro conforme ao regime de autonomia prescrito pela Constituição da República.

 

V. N. Gaia, 14.4.2016                                              Pel'A CDU,

                                                                                  


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Declaração Política

Sobre o PEDU e seu financiamento

 

A insatisfação que hoje aqui fica patente é o resultado lógico das políticas centralistas e de benefício de interesses privados implementadas pelo anterior Governo.

O "Acordo de Parceria 2014-2020" remetido para a Comissão Europeia pelo Governo PSD/CDS em meados de 2014 visava orientar o investimento público a realizar a nível nacional nos sete anos abrangidos, e tal como já ocorrera no passado, em especial com o QREN 2007-2013, a aplicação em concreto dos meios financeiros incluídos nesse "Acordo de Parceria" foi balizado por erradas políticas comunitárias, designadamente a "Estratégia 2020" e o "Pacto de Estabilidade", num contexto condicionador reforçado pelas imposições do chamado "Tratado Orçamental".

Neste contexto, as prioridades essenciais foram definidas pela Comissão Europeia sem ter em devida conta e atenção as especificidades e diferentes situações sociais e económicas de base, dificilmente podendo constituir-se como resposta mais adequada a um plano de desenvolvimento nacional e regional que realmente responda às necessidades de transformação do actual modelo de desenvolvimento económico  e social de Portugal, à promoção da coesão interna, aos interesses do povo e do país.

A melhor demonstração do distanciamento entre o que foi definido pela Comissão e o que são as reais necessidades de Portugal é dada pela constatação de que, durante a implementação do QREN, o país divergiu da média comunitária em termos económicos, tendo a região Norte perdido peso a nível nacional e visto agravar a sua situação económica e social.

Isso mesmo reconhecia, em termos mais gerais, o próprio texto do "Acordo de Parceria" quando afirmava que o "panorama nacional continua a ser marcado por relevantes assimetrias territoriais", ou quando sublinhava que "(…) o modelo de desenvolvimento português não se revelou capaz de proporcionar um processo de convergência regional do PIB per capita", ou ainda quando rematava de forma lapidar que "(…) as regiões de convergência do Continente pioraram a posição inicial que detinham face à média".

Em vez de procurar limitar e minimizar os efeitos perversos de uma definição exterior e distanciada da realidade, do que são e/ou do que devem ser as prioridades nacionais, o Governo PSD/CDS optou por elaborar e apresentar publicamente aquela proposta final de Acordo de Parceria sem ter suscitado ou ocorrido um debate político prévio, sem uma adequada e necessária auscultação alargada de todos os parceiros sociais, sem os contributos de órgãos intermunicipais, metropolitanos e regionais, nem uma participação suficiente das associações representativas das autarquias.  

 

O acentuado centralismo e governamentalização da gestão dos fundos comunitários que o anterior Governo fomentou e incluiu no "Acordo de Parceria" foi uma opção ideológica, fruto da sua necessidade de garantir a canalização de avultadas verbas para o benefício de interesses económicos contrários aos do país e particularmente da região norte.

Também por essa razão construiu o processo sem envolvimento de parceiros sociais, autarcas e partidos políticos, limitando-o a meras "sessões de discussão" insuficientes em número e duração face a matéria desta importância.

E também por essa razão defendemos, e afirmamo-lo repetidamente, que qualquer tipo de transferência de verbas no decurso do desenvolvimento do quadro comunitário de apoio 2014-2020 deveria ter sido previamente discutido com os órgãos municipais, intermunicipais, metropolitanos e/ou regionais da Região e deveriam, para serem efectuadas, ter colhido o respectivo parecer favorável.  

 

Sucede que a lógica que presidiu à elaboração das propostas foi a da entrega dos fundos comunitários aos principais grupos económicos, ignorando o papel de muitos parceiros sociais, de autarcas, de partidos políticos.

Aquela proposta correspondeu, por isso, a interesses e objectivos distintos dos interesses e objectivos que deveriam nortear o desenvolvimento regional: a superação das assimetrias e a recuperação e desenvolvimento económico do país. Tais objectivos não serão conseguidos sem uma verdadeira aposta na promoção, apoio e valorização da produção nacional e do nosso aparelho produtivo. Em vez de se limitar a defender o transporte de mercadorias, um Governo capaz e patriótico deve pensar em fomentar a produção nacional dessas mesmas mercadorias, criando postos de trabalho. Em vez de canalizar milhares de milhões de euros para a destruição de postos de trabalho, deve promover a criação de emprego de qualidade, fazendo face a um dos principais flagelos que resulta de mais de 40 anos de política de direita. Em vez de mascarar os dados do desemprego com os chamados programas de formação ou ocupação, deve promover planos de reindustrialização do país.

Indo ao encontro dos interesses privados, o Acordo de Parceria previa ainda o investimento público na construção de infraestruturas (designadamente para a actividade portuária e para o transporte de mercadorias) para ulteriormente serem exploradas por privados, numa estratégia não dissociável do objectivo de completa privatização das empresas públicas de transportes.

Por tudo isto não espanta que a proposta de Acordo de Parceria não tenha procedido a uma análise da natureza dos investimentos ao nível nacional e regional, deixando eixos prioritários de fora ou com dotações mais que insuficientes, com reflexos potencialmente graves na valorização do território e na redução das assimetrias inter/infra-regionais, mormente no que respeita à promoção do mercado interno, às infraestruturas de transportes, ao apoio à industrialização e plataformas logísticas, na total ausência de tratamento da área da regeneração e reabilitação urbana e da preservação do património edificado e cultural, ou no completo desprezo pelo transporte de passageiros e a mobilidade das pessoas que leva ao esquecimento ou discriminação de projectos estruturantes de mobilidade urbana e inter-regional, como diversos projectos de transportes públicos sustentáveis, de que são exemplos a rede do metro do Porto ou a ligação ferroviária entre Guimarães e Braga. 

 

Entre os onze objectivos temáticos que a proposta de Acordo de Parceria 2014-2020 formulou apenas um visava "promover transportes sustentáveis e eliminar os estrangulamentos nas principais redes de infraestruturas", com uma dotação que representa apenas 4,2% do total alocado para Portugal no quadro comunitário de apoio 2014-2020.

A questão central não reside, portanto, em reclamar apenas contra o facto de existirem projectos essenciais que não foram considerados na proposta de Acordo de Parceria.

A questão central reside na constatação óbvia e elementar de que as dotações financeiras previstas no Acordo de Parceria para a concretização do 7.º objectivo temático só serão, quando muito, suficientes para executar cerca de um terço das infraestruturas consideradas prioritárias.

Este facto é tanto mais relevante quanto se pode simultaneamente verificar que as dotações financeiras alocadas à designada internacionalização e ao sector exportador absorvem cerca de 40% dos fundos e uma outra parte significativa se destina à promoção da "flexibilidade e mobilidade laboral" – eufemismos para a completa precarização do trabalho. 

 

Já há muito consideramos ser necessário um outro caminho e a definição de outro processo de discussão e definição de prioridades.

Prioridades capazes de assegurar as verbas necessárias no domínio das infraestruturas de transportes, incluindo na área da mobilidade urbana e suburbana, que permitissem alavancar o desenvolvimento da região Norte, mas também no que diz respeito à promoção, valorização e desenvolvimento da produção nacional.

Apesar de toda a propaganda que está associada aos fundos comunitários, as medidas que a região e o país precisam para superar os estrangulamentos existentes e alavancar a recuperação económica e a superação das assimetrias intra-regionais e infra-regionais só são possíveis no quadro de uma ruptura com a política de direita e com o rumo de integração capitalista da UE, que abra caminho a uma política patriótica e de esquerda.

Tal não obsta, no entanto, a que a aplicação desses fundos possa permitir atenuar problemas e dificuldades existentes e esbater assimetrias. Importa porém que se dê particular atenção a duas áreas estruturantes: as acessibilidades e transportes e a produção nacional.

 

V. N. Gaia, 14.4.2016                                              Pel'A CDU,




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5 de abril de 2016

Divulgação: Documentos - XII Assembleia de Organização Concelhia de V.N. Gaia

Decorre a 1ª fase de preparação do XX Congresso do PCP, que ocorrerá nos dias 2, 3 e 4 de Dezembro de 2016 no Complexo Municipal dos Desportos – Cidade de Almada, bem como na preparação da XII Assembleia de Organização Concelhia de V.N. Gaia. Durante estes importantes momentos da Organização Concelhia e do Partido, está a ser estimulada a participação na discussão de um conjunto de questões e tópicos para debate do colectivo partidário para a preparação do XX Congresso (consultar em http://www.pcp.pt/sobre-realizacao-do-xx-congresso-do-pcp), e na discussão do projecto de Resolução Política da XII Assembleia de Organização Concelhia de V.N. Gaia (consultar em https://goo.gl/Yus7G8). Os vários plenários a realizar na Organização Concelhia têm a Ordem de Trabalhos, datas e locais das suas realizações abaixo mencionadas.

Ordem de Trabalhos:

1. Situação Política e Social e Preparação do XX Congresso do PCP
1ª fase - Discussão colectiva das questões fundamentais a que o Congresso deve dar resposta, sobre as matérias estruturantes a integrar nas Teses – Projecto de Resolução Política, a partir das questões e tópicos e das linhas de orientação inscritos na Resolução do Comité Central aprovada na reunião de 4 e 5 de Março.

2. Discussão do Projecto de Resolução Política da XII Assembleia de Organização Concelhia de V.N. Gaia e eleição de delegados.

Datas, Locais e Horas dos Plenários de Organização
  • 17 de Março - Assembleia de Organização de Canidelo, 21h, Centro de Trabalho de Canidelo
  • 30 de Março - Plenário de militantes de Gulpilhares, Valadares e Madalena, 21h30m Junta de freguesia de Valadares
  • 1 de Abril - Plenário de militantes de Canelas, Pedroso, Perosinho e Serzedo, 21h30m, Junta de freguesia de Perosinho
  • 8 de Abril - Assembleia de Organização de Grijó, 21h30m, Rua de Matos, 297, Grijó
  • 9 de Abril - Plenário de militantes de Mafamude, Santa Marinha, Vilar do Paraíso, Afurada, 15h30m, Centro de trabalho de V.N. Gaia
  • 9 de Abril - Plenário de militantes de Arcozelo e São Felix, 21h, Rua do Morangal, 148, Arcozelo
  • 15 de Abril - Comissão Concelhia de V.N. Gaia do PCP, 21h30, Centro de Trabalho de V.N. Gaia
  • 16 de Abril - Plenário de militantes de Oliveira do Douro e Vilar de Andorinho, 15h30, Centro de Trabalho de Oliveira do Douro
  • 16 de Abril - Plenário de militantes de Avintes e Nascente, 16h, Junta de Freguesia de Avintes
  • 23 de Abril - Plenário de militantes das Empresas de V.N. Gaia, 16h, Centro de trabalho de V.N. Gaia
Apelamos à participação nos plenários da Organização de cada militante, ou/e que nos faça chegar a sua opinião e contributo por escrito para a reflexão e discussão tanto dos tópicos para a preparação do Congresso, como para o Projecto de Resolução Política da XII Assembleia.

Saudações comunistas.
A Comissão Concelhia do PCP de Vila Nova de Gaia do PCP

PCPGaia . Rua Oliveira e Silva, 122 - R/C . 4400-236 Vila Nova de Gaia
                 Tel.: 223794345 Tlmv.:965791871 pcpgaia@gmail.com

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