23 de junho de 2011

NI do PCP/Gaia - Estação dos CTT Afurada – PCP apresenta requerimento na Assembleia da República – 23.06.2011

O PCP apresentou um requerimento na Assembleia da República, questionando o encerramento da estação dos CTT da freguesia da Afurada.

Tendo tomado conhecimento da intenção de encerramento da estação dos CTT, o PCP não pode deixar de demonstrar a sua preocupação com esta decisão, manifestando também a sua oposição à mesma, considerando que tal acontecimento representa um ataque ao serviço público e aos serviços de proximidade prestados à população da Afurada, além de ser também sinónimo muito provável de redução de postos de trabalho.

Ainda há cerca de um mês os CTT negaram qualquer intenção de encerrar estações dos CTT no distrito do Porto, o que faz com que esta situação seja, no mínimo, inesperada.

A informação que nos foi disponibilizada, diz-nos que os CTT decidiram encerrar este posto dos CTT, passando muitos dos actuais serviços a serem prestados numa loja situada naquela freguesia.

Este encerramento vai obrigar a população da Afurada a deslocar-se, de forma significativa, para poder utilizar alguns dos serviços postais que só é possível serem prestados noutros postos ou estações dos CTT, assim como vai passar a usar os préstimos que passarão a ser parcialmente desempenhados na referida loja por pessoas que, naturalmente, não são funcionárias dos CTT, o que poderá pôr em causa a eficácia do serviço, nomeadamente no que se refere ao pagamento de pensões e reformas a pensionistas.

O encerramento desta estação dos CTT não é um acto isolado e corresponde a uma estratégia de privatização do sector, diminuindo custos e encargos, promovendo o despedimento de ainda mais trabalhadores, e eliminando serviços públicos de proximidade essenciais para as populações, e de forma muito especial para milhares de reformados e pensionistas.

Uma estratégia que faz parte das orientações políticas incluídas no memorando de entendimento que a Troika do FMI, CE e BCE querem impor ao nosso País, que o anterior Governo do PS negociou e a que o novo Governo quer dar continuidade.

É neste quadro que o PCP apresentou o requerimento, que segue em anexo, procurando apurar o seguinte:

  1. Como se pode justificar que os CTT tenham oficialmente negado, há cerca de um mês, que não iria fechar nenhuma estação na área do Porto e agora esteja publicamente anunciado o encerramento de, pelo menos, dez estações de correio, só no distrito do Porto? Como é que se pode aceitar que os CTT tenham enganado de forma tão explícita e clara a opinião pública? Pretendia-se com esta estratégia de omissão intencional e deliberada evitar que estas intenções fossem do conhecimento público em plena campanha eleitoral?
  2. E que explicação tem em concreto o Governo para a decisão dos CTT de encerrar o posto de correios da Afurada, em Vila Nova de Gaia e de proceder à sua substituição parcial por serviços prestados num estabelecimento comercial local, retirando à população que reside e trabalha na Afurada o acesso ao pleno serviço público postal? Vai o Governo permitir que os CTT esqueçam que desempenham um serviço público essencial?
  3. Quantos foram os postos de trabalho perdidos com o encerramento do posto dos CTT da Afurada?
  4. Que serviços deixaram de ser oferecidos na Afurada e só podem agora ser utilizados com a deslocação da população a outras estações dos CTT de Gaia? E que serviços é que se mantém no estabelecimento comercial da Afurada a quem os CTT concessionaram os respectivos serviços? Com que grau de prontidão, eficiência e segurança?
  5. Face à gravidade da situação e aos prejuízos evidentes para as populações, vai ou não o Governo determinar aos CTT uma alteração de estratégia e a manutenção da estação dos CTT na Afurada, Vila Nova de Gaia?

Defendendo os interesses da população da Afurada, o PCP manifesta a sua firma oposição e esta decisão, e lutará contra a sua implementação.

O PCP esclarecerá e informará a população de todas as consequências negativas que resultarão de mais uma medida que não em nada corresponde às necessidades