O flagelo do desemprego - texto de IF
É conhecido que em Gaia o desemprego é uma das mais duras realidades que atinge directamente cerca de 25 mil pessoas. Indirectamente, grande parte das famílias são afectadas por este flagelo, através da maior pressão para a precariedade do trabalho, os baixos salários e o não cumprimento de direitos, com as consequências conhecidas de dificuldades no pagamento das prestações ao banco, maiores problemas de habitação, e pior qualidade de vida.
No plano nacional, também os números agora divulgados pelo INE sobre a evolução do desemprego no primeiro trimestre de 2007, são uma das mais flagrantes denúncias da incapacidade do Governo PS em resolver um dos principais problemas do país e das suas profundas responsabilidades no agravamento da situação de milhões de trabalhadores.
A taxa de desemprego em sentido restrito atingiu, no final do 1º trimestre de 2007, os 8,4%, o que corresponde a 469 900 trabalhadores no desemprego. Este é o valor trimestral mais elevado da actual série de estatísticas do emprego, que se iniciou em 1998. Mas, se acrescentarmos a este número de desempregados os inactivos disponíveis para trabalhar (75 300) e o subemprego visível (66 100), atingimos o valor do desemprego em sentido lato, isto é, 611 300 trabalhadores (10,8% de desemprego em sentido lato).
Este é o resultado real das políticas conduzidas de desmantelamento do aparelho produtivo, da quebra de investimento público, de subalternização das necessidades económicas do país em detrimento dos lucros do grande capital financeiro.
Só a indústria transformadora perdeu neste último trimestre 20 400 trabalhadores. A juventude continua a ser a camada mais atingida por este problema, ou seja, 95 600 jovens encontravam-se no desemprego no último trimestre de 2006, o que representa uma taxa de 18,1%, mais do dobro da média nacional. O mesmo acontece com as mulheres, com uma taxa de desemprego bem superior à dos homens (9,9% contra 7,1% dos homens).
E também o trabalho precário continua a aumentar. Mesmo sem ter em conta a expressiva dimensão da precariedade ocultada pelos recibos verdes e outras situações, temos hoje, 835 400 trabalhadores com contrato precário, o que representa 21,5% do total dos trabalhadores por conta de outrem.
Por tudo isto, assume particular importância a greve geral marcada pela CGTP para 30 de Maio. A luta é essencial para obrigar o Governo a alterar as suas políticas.
Ilda Figueiredo
Vereadora da CDU na CMG