NI- PCP com a Greve Geral, contra o Pacto de Agressão – 11.3.2012
Esclarecer, Mobilizar, Unir – Resistir hoje é lutar pelo amanhã
A Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP analisou a situação discutiu a situação social, traçando as linhas de intervenção prioritárias dos comunistas de Vila Nova de Gaia.
As dificuldades crescentes dos trabalhadores e do povo, o definhamento económico do tecido produtivo, os encerramentos e as dificuldades das pequenas e médias empresas; o aumento brutal do custo de vida, da exploração e da miséria são os traços mais marcantes da situação do País, que embora transversal e grave em todo o território nacional, atinge em Vila Nova de Gaia contornos de dificuldade acrescida.
Os números do desemprego não param de crescer (31.427 inscritos no IEFP), sendo que só no mês de Janeiro se inscreveram 2.090 novos desempregados e foram colocados pelo IEFP no mercado de trabalho 105 pessoas.
Mas esta dura realidade tende a piorar, se tomarmos em conta aquilo que é conhecido em muitos locais de trabalho neste concelho, com despedimentos e redução de postos de trabalho em muitas empresas: a Makro, que anuncia a intenção de reduzir em 50% os postos de trabalho; despedimentos na Media-Market, a declaração de insolvência da Star-Bus e do Gaia-Hotel, despedimentos na Salvador Caetano e na Soares da Costa.
Não são de estranhar as notícias difundidas recentemente pela comunicação social que colocam V. N. Gaia em alerta vermelho nos aspectos sociais, com uma taxa de desemprego superior a 16%, um crédito vencido acima da média e uma grave crise no sector imobiliário. A situação de crise acrescida neste concelho tem rostos de responsabilidade, assentes num crescimento baseado na especulação imobiliária, na construção desenfreada e sem regras, na proliferação das grandes superfícies, em oposição ao apoio às pequenas e médias empresas, na política de taxa máxima e de investimentos megalómanos e não prioritários, como o teleférico.
É uma atitude de contrastes e contradições, baseada na máquina de propaganda, no falso rigor e na exigência de sacrifícios para a esmagadora maioria da população em benefício dos mesmos do costume. A melhor ilustração do falso rigor e do faz de conta é a que se passou no Carnaval – a pretexto da crise obrigam os trabalhadores do município a trabalhar, enquanto o Presidente da Câmara Municipal goza umas curtas férias na neve.
Uma situação agravada quando a resposta do Governo PSD/CDS passa por opções políticas que perpetuam e agravam as políticas recessivas que conduziram a esta situação.
O acordo assinado pelo Governo, Patronato e UGT é mais uma etapa na guerra que os grandes grupos económicos e o Governo ao seu serviço travam contra os direitos e conquistas de Abril. Os conteúdos deste acordo a serem aprovados conduzirão necessariamente à intensificação da exploração enquanto instrumento da acumulação capitalista, bem como à desvalorização de remunerações.
A Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP valoriza a Manifestação Nacional promovida no dia 11 de Fevereiro, que contou com a participação de mais de 300.000 pessoas, com uma participação significativa de trabalhadores de Gaia. Esta acção, pelo seu significado, participação e conteúdo, constituiu um passo crescente na luta, confirma a erosão da base social de apoio ao governo e a estas políticas.
A Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP, reafirma o seu firme empenhamento na divulgação e mobilização para a participação na Greve Geral de 22 de Março, com a consciência de que os trabalhadores e o Povo Português, com a sua força e unidade, podem derrotar esta política, no seu todo ou em conteúdos importantes.
Neste sentido, os comunistas de Gaia, percorrem desde já as empresas, as ruas, as feiras e mercados, esclarecendo, dando confiança, mobilizando para a greve e ao apoio à greve.
Estar com a Greve é estar contra o arrastar de milhares de trabalhadores para o desemprego, contra as alterações de sentido único em prejuízo dos trabalhadores da legislação laboral, contra o esmagamento dos salários, reformas, pensões, prestações sociais, contra as privatizações e entrega a privados de sectores estratégicos e funções sociais do estado aos privados e à lógica do lucro, contra o encerramento e degradação dos serviços públicos.
Estar com a Greve é lutar pelas actuais e futuras gerações, pelo hoje e amanhã. É o mais forte contributo no momento para resistir e afirmar uma política diferente, que deixe de estar subordinada ao poder económico e passe a estar ao serviço dos trabalhadores e do povo português.
Uma nova política que rejeite o pacto de ingerência externa, que fomente a produção e não a economia parasitária e especulativa, e que dignifique as condições de vida do Povo.
Vila Nova de Gaia, 11 de Março de 2012
a Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP