7 de junho de 2012

NI - Desemprego em Gaia cresce 11% - PCP na Luta por uma Outra Política – 7.6.2012

O desemprego em Vila Nova de Gaia cresce 11% quando comparado com igual período de 2011.

Segundo os dados divulgados pelo INE o desemprego em Vila Nova de Gaia atingiu no mês de Abril um valor absoluto que ultrapassa os 31.000 desempregados registados.

Quando comparados os valores dos meses de Março e Abril de 2012 o desemprego recua.

Têm chegado denúncias ao PCP que a serem verdadeiras podem explicar este número: envio de cartas a desempregados de longa duração e de idade avançada obrigando-os a apresentarem no IEFP para formação (sendo que a não comparência tem como consequência a retirada  do sistema do desempregado em causa), e a chamada de beneficiários do rendimento social de inserção para assinarem uma folha em branco que se calcula ser o contrato emprego-inserção, e cuja não assinatura tem o mesmo desfecho do anterior e a perda do RSI.

Estas situações a serem verdadeiras são graves, mas traduzem o esforço de eliminar e reduzir por via administrativa o número de desempregados, e castigar e humilhar os beneficiários de subsídios sociais.

O desemprego em Vila Nova de Gaia é consequência directa de opções políticas erradas, da destruição do aparelho produtivo, das pequenas e médias empresas, do comércio tradicional não ligado às grandes cadeias de distribuição, sendo que mesmo essas estão a reduzir trabalhadores e a não renovar vínculos contratuais.

Os próximos meses poderão ser particularmente gravosos no agravar desta situação, já que o novo ano escolar trará consigo o maior despedimento colectivo realizado em Portugal, desta vez dirigido aos docentes.

A Cerâmica de Valadares encontra-se com o futuro cada vez mais incerto (em lay-off até Novembro e ainda com salários em atraso), o Grupo Sardinha & Leite está em processo de insolvência, bem como a empresa Paulo Mendes.

A Sunviauto, em lay-off há cerca de dois anos, "tem na mesa" um despedimento colectivo de 69 trabalhadores.

Todos os dias encerram cafés, lojas de comércio tradicional, e mesmo empresas de maior dimensão, como a Fabio Lucci, estão a encerrar.

O esmagamento dos rendimentos, o aumento da carga fiscal esmaga o consumo interno colocando em sérias dificuldades as empresas do Concelho; a facilitação e embaratecimento dos despedimentos, a par do desemprego e a pressão que este cria sobre os salários são o caldo perfeito para o previsível agravar da situação.

O PCP responsabiliza também a Câmara Municipal por sucessivas opções políticas que sustentam o emprego precário, e que contribuem para engrossar os números do desemprego diariamente. Este Executivo alia-se e apoia políticas governamentais que colocam em causa direitos laborais e sociais, que reduzem rendimentos, que retiram poder de compra aos trabalhadores e ao Povo, com as previsíveis (e visíveis!) consequências no consumo interno.

O PCP responsabiliza também a Câmara Municipal pelo seu silêncio e inacção perante os números catastróficos do desemprego em Gaia, preferindo este Executivo, por exemplo, apoiar a criação de Mega-Agrupamentos Escolares (o que conduzirá a mais despedimentos), sustentar as grandes cadeias de distribuição (que liquidam o comércio tradicional e com isso trazem mais desemprego), encerrar serviços públicos (mais desemprego ainda).

O PCP não aceita estas escolhas de classe, que abandonam os interesses dos trabalhadores e da população.

Vila Nova de Gaia, 07 de Junho de 2012

a Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP