NI - PCP/Gaia - Sobre manobras de propaganda de Menezes - 26.06.2012
As intervenções públicas e notas em torno da construção de novas pontes e diminuições de impostos municipais em Vila Nova de Gaia, inserem-se na sede de protagonismo político e pessoal de Luís Filipe Menezes, procurando criar espaço político, até interno, para ser candidato à Câmara Municipal do Porto nas próximas Eleições Autárquicas.
O anúncio das novas pontes, baseados em estudos e projectos que têm custos para o município, estão longe de ser exequíveis ou mesmo prioritários para o Concelho de Vila Nova de Gaia.
Estranho é que, num quadro recessivo, em que parte da população de Gaia vive em dificuldades extremas, em que o desemprego é um flagelo, em que os equipamentos sociais públicos são praticamente inexistentes ou estão muito longe de corresponderem às necessidades, o Presidente da Câmara se ocupe e aos serviços da Câmara Municipal, com fantasias e com projectos de obras que não só não dependem da autarquia, como dependem da vontade política de futuros protagonistas.
É quase escandaloso que pedindo-se sacrifícios aos trabalhadores e ao Povo, em que o próprio discurso da maioria que suporta o Executivo Municipal é de dificuldade, de falta de meios, de constrangimento financeiro, em que obras básicas como a extensão do metro a Vila D'Este ou a construção do novo Hospital de Gaia caem no esquecimento, se utilizem meios públicos para manobras de propaganda e diversão.
É escandaloso quando a estrutura viária municipal de Vila Nova de Gaia continua degrada e a deteriorar-se de forma significativa, em que a oferta de transportes públicos no Concelho está a sofrer um ataque que coloca em risco a já reduzida mobilidade de parte significativa da população, se procure não resolver os graves problemas actuais e se opte por uma fuga para a frente com manobras de propaganda e diversão.
Na mesma linha, com o mesmo despudor, Menezes anuncia cortes de impostos Municipais para 2013.
PSD e CDS devem entender-se sobre esta matéria - ou há dinheiro para a realização de investimento público ou não.
Quando confrontados com a supressão de necessidades básicas da população refugiam-se nas dificuldades, quando se trata de propaganda é só facilidades.
O calendário eleitoral determinará certamente que, sem ter em conta a grave situação financeira da Câmara Municipal mas apenas os objectivos de reeleição em Gaia do PSD e CDS, e a imagem que Menezes quer projectar para o Porto, muita demagogia seja feita.
Procuram esconder que Gaia taxou no valor máximo tudo o que pode taxar – IMI e Derrama –, que criou inclusivamente um novo imposto que só em Gaia existe (a Taxa de Protecção Civil). Privatizou o estacionamento, criando na prática uma nova taxa e impondo entraves à mobilidade e ao uso de transportes públicos.
Esconde as facturas da água insuportáveis para a grande maioria da população e as dezenas de cortes de água diários que as Águas de Gaia realizam no Concelho por falta de pagamento.
Mas, sobre estes factos em concreto não fala o Presidente da Câmara.
O PCP reafirma que o estado a que este Concelho chegou tem responsabilidades partilhadas por Governos e Executivo da Câmara. Nesta situação de profunda agudização da situação social, os investimentos públicos da autarquia devem ser canalizados para vencer défices estruturais e para a acção social, nomeadamente o investimento em estruturas de apoio à infância, à terceira idade e incentivos ao movimento associativo popular.
A Câmara Municipal sempre recusou as nossas propostas de redução de taxas, nomeadamente aquelas que incidem directamente sobre as populações mais carenciadas, mas é de esperar, desde já, a campanha eleitoral demagógica, que marca este Executivo nestes últimos mandatos.
Vila Nova de Gaia, 26 de Junho de 2012
o Executivo da Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP