Aumento do custo de vida - Texto de IF
Trabalhadores, reformados e desempregados sentem que cada vez sobra mais parte do mês sem dinheiro. São as despesas com a alimentação, com os transportes, com a casa, com os medicamentos, com o material escolar dos filhos. É a factura da água. São os impostos, taxas e tarifas. Tudo está a aumentar mais do que os salários. Segundo o Índice de Preços no Consumidor que o INE vinha utilizando e divulgando, o aumento de preços, entre Fevereiro de 2007 e Fevereiro de 2008 (variação homóloga), foi de 2,86% (arredondando dá os 2,9% divulgado pelo INE), enquanto o valor calculado com base na estruturas das despesas das famílias dos anos 2005-2006 é já superior a 3% (3,03%).
Na variação anual que foi usada pelo Governo PS, com base no Índice de Preços no Consumidor que o INE vinha utilizando e divulgando, a subida é de 2,5%, enquanto, tomando como base a estrutura das despesas das famílias de 2005-2006 do mesmo INE, o aumento já é de 2,8%. É evidente, que quanto maior for o período considerado maior será a diferença.
Por ex., entre 2002 e Fevereiro de 2008, os preços aumentaram em Portugal, segundo o INE, cerca de 15,2%, mas, se utilizarmos a estrutura das despesas das famílias de 2005-2006, a subida já rondará os 17,3%. Ora, quem é que teve tais aumentos nos salários e nas reformas? Poucos. Claro que não falo dos senhores administradores das grandes empresas e da banca!
Os trabalhadores e os pensionistas têm sido “enganados” sistematicamente com as previsões falsas do governo sobre a inflação, sempre inferiores à inflação que depois se verifica. Mas também estavam a ser eram “enganados” com os valores da inflação verificada divulgados pelo próprio INE, pois também estes valores já não traduziam com verdade o aumento real dos preços em Portugal, dado que utilizavam uma estrutura de despesas das famílias completamente ultrapassada.
Por outro lado, a taxa de inflação não é a mesma para todas as classes da população, porque o chamado Índice de Preços no Consumidor de cada classe social depende do peso dos bens e serviços que mais consome. Por exemplo, uma família em que uma parte muito significativa do seu orçamento mensal é utilizada para pagar as despesas com a habitação incluindo os gastos com ela relacionados como são água, gás e electricidade, encargos com empréstimo bancário, etc, se os preços com as despesas com habitação estão a aumentar muito como sucede em Portugal, então a “taxa de inflação” para esta família será muito superior à de uma família em que as despesas com a habitação têm um peso no orçamento familiar muito reduzido. É por isso que, em vários países europeus, são calculados diversos Índices de Preços no Consumidor. Por ex., em França o organismo oficial de estatística, para além do Índice de Preços no Consumidor geral, publica também um Índice de Preços adaptado aos reformados. Em Portugal, devido ao peso crescente dos reformados e aposentado na população total, seria de toda a conveniência que o INE passasse a divulgar também um índice semelhante. Mas o governo não está interessado nisso.
Ilda Figueiredo
Vereadora da CDU na CM Gaia
Na variação anual que foi usada pelo Governo PS, com base no Índice de Preços no Consumidor que o INE vinha utilizando e divulgando, a subida é de 2,5%, enquanto, tomando como base a estrutura das despesas das famílias de 2005-2006 do mesmo INE, o aumento já é de 2,8%. É evidente, que quanto maior for o período considerado maior será a diferença.
Por ex., entre 2002 e Fevereiro de 2008, os preços aumentaram em Portugal, segundo o INE, cerca de 15,2%, mas, se utilizarmos a estrutura das despesas das famílias de 2005-2006, a subida já rondará os 17,3%. Ora, quem é que teve tais aumentos nos salários e nas reformas? Poucos. Claro que não falo dos senhores administradores das grandes empresas e da banca!
Os trabalhadores e os pensionistas têm sido “enganados” sistematicamente com as previsões falsas do governo sobre a inflação, sempre inferiores à inflação que depois se verifica. Mas também estavam a ser eram “enganados” com os valores da inflação verificada divulgados pelo próprio INE, pois também estes valores já não traduziam com verdade o aumento real dos preços em Portugal, dado que utilizavam uma estrutura de despesas das famílias completamente ultrapassada.
Por outro lado, a taxa de inflação não é a mesma para todas as classes da população, porque o chamado Índice de Preços no Consumidor de cada classe social depende do peso dos bens e serviços que mais consome. Por exemplo, uma família em que uma parte muito significativa do seu orçamento mensal é utilizada para pagar as despesas com a habitação incluindo os gastos com ela relacionados como são água, gás e electricidade, encargos com empréstimo bancário, etc, se os preços com as despesas com habitação estão a aumentar muito como sucede em Portugal, então a “taxa de inflação” para esta família será muito superior à de uma família em que as despesas com a habitação têm um peso no orçamento familiar muito reduzido. É por isso que, em vários países europeus, são calculados diversos Índices de Preços no Consumidor. Por ex., em França o organismo oficial de estatística, para além do Índice de Preços no Consumidor geral, publica também um Índice de Preços adaptado aos reformados. Em Portugal, devido ao peso crescente dos reformados e aposentado na população total, seria de toda a conveniência que o INE passasse a divulgar também um índice semelhante. Mas o governo não está interessado nisso.
Ilda Figueiredo
Vereadora da CDU na CM Gaia