Contra os despedimentos na Yazaki Saltano- Texto de IF
Escrevo este texto após contactos com trabalhadoras e trabalhadores da Yazaki Saltano, à porta da fábrica, em Serzedo, numa acção de solidariedade organizada pelo PCP e, simultaneamente, de protesto contra a decisão da empresa de tentar despedir mais 400 trabalhadores, na sua maioria mulheres.
Neste momento ainda se desconhece a posição do Governo PS. Mas, desde já, fica o desafio à recusa deste despedimento colectivo e à exigência de que a Yazaki Saltano mantenha a sua laboração e todo o emprego com direitos, trazendo para Portugal novos produtos e novos investimentos, em vez de continuar a deslocalizar a produção para outros países, só para aumentar os seus lucros.
Recorde-se que a empresa argumenta que, “devido à conjuntura económica mundial e à necessidade de redução de custos, viu-se obrigada a terminar, a partir do próximo dia 30 de Abril, a produção do modelo M59 da Yazaki Saltano de Gaia, o que leva à dispensa de 400 colaboradores, afectos à produção deste modelo”.
Segundo um comunicado emitido pela própria Yazaki Portugal, no primeiro trimestre de 2008, a empresa conseguiu recolocar cerca de 60 colaboradores do M59 em duas novas unidades de negócio internas, afirmando que “a aposta nestes dois sectores representa uma alternativa, mas não se revela suficiente para recolocar todos os trabalhadores, acrescentando que a tendência do Grupo em Portugal vai passar por actividades de desenvolvimento, especialização e diversificação".
Entretanto, a Yazaki esclarece que parte do fluxo logístico continuará centralizado nas instalações da Yazaki Gaia, além de outras valências, como Recursos Humanos, Financeira, Sistemas & Tecnologias de Informação e o PTC.
As duas outras fábricas do Grupo, localizadas em Ovar (Yazaki Saltano Portugal Ovar e Yazaki Saltano Produtos Eléctricos), não são afectadas por este processo", afirmou a empresa.
Ora, numa resposta recente da Comissão Europeia a uma pergunta que formulei no Parlamento Europeu, que cita as informações recebidas das autoridades portuguesas, pode ver-se que a empresa Yazaki Saltano recebeu do Fundo Social Europeu e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional 6.806.42 euros, ou seja, quase sete milhões de euros.
Os montantes do FSE e do FEDER foram atribuídos a acções de formação profissional e de investimento produtivo, desenvolvidas em conformidade com a legislação nacional e comunitária relevante.
Por isso, não se pode continuar a admitir que a Yazaki Saltano, que já empregou cerca de 3000 trabalhadores em Vila Nova de Gaia, fique, agora, com apenas cerca de 200 trabalhadores. Já há muitos milhares de desempregados em Gaia. É preciso dizer não a mais este despedimento colectivo! O Governo PS não pode continuar passivo a esta estratégia das multinacionais. Tem de actuar na defesa da produção e do emprego com direitos!
Ilda Figueiredo
Deputada do PCP no PE e vereadora da CDU na CMG
Neste momento ainda se desconhece a posição do Governo PS. Mas, desde já, fica o desafio à recusa deste despedimento colectivo e à exigência de que a Yazaki Saltano mantenha a sua laboração e todo o emprego com direitos, trazendo para Portugal novos produtos e novos investimentos, em vez de continuar a deslocalizar a produção para outros países, só para aumentar os seus lucros.
Recorde-se que a empresa argumenta que, “devido à conjuntura económica mundial e à necessidade de redução de custos, viu-se obrigada a terminar, a partir do próximo dia 30 de Abril, a produção do modelo M59 da Yazaki Saltano de Gaia, o que leva à dispensa de 400 colaboradores, afectos à produção deste modelo”.
Segundo um comunicado emitido pela própria Yazaki Portugal, no primeiro trimestre de 2008, a empresa conseguiu recolocar cerca de 60 colaboradores do M59 em duas novas unidades de negócio internas, afirmando que “a aposta nestes dois sectores representa uma alternativa, mas não se revela suficiente para recolocar todos os trabalhadores, acrescentando que a tendência do Grupo em Portugal vai passar por actividades de desenvolvimento, especialização e diversificação".
Entretanto, a Yazaki esclarece que parte do fluxo logístico continuará centralizado nas instalações da Yazaki Gaia, além de outras valências, como Recursos Humanos, Financeira, Sistemas & Tecnologias de Informação e o PTC.
As duas outras fábricas do Grupo, localizadas em Ovar (Yazaki Saltano Portugal Ovar e Yazaki Saltano Produtos Eléctricos), não são afectadas por este processo", afirmou a empresa.
Ora, numa resposta recente da Comissão Europeia a uma pergunta que formulei no Parlamento Europeu, que cita as informações recebidas das autoridades portuguesas, pode ver-se que a empresa Yazaki Saltano recebeu do Fundo Social Europeu e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional 6.806.42 euros, ou seja, quase sete milhões de euros.
Os montantes do FSE e do FEDER foram atribuídos a acções de formação profissional e de investimento produtivo, desenvolvidas em conformidade com a legislação nacional e comunitária relevante.
Por isso, não se pode continuar a admitir que a Yazaki Saltano, que já empregou cerca de 3000 trabalhadores em Vila Nova de Gaia, fique, agora, com apenas cerca de 200 trabalhadores. Já há muitos milhares de desempregados em Gaia. É preciso dizer não a mais este despedimento colectivo! O Governo PS não pode continuar passivo a esta estratégia das multinacionais. Tem de actuar na defesa da produção e do emprego com direitos!
Ilda Figueiredo
Deputada do PCP no PE e vereadora da CDU na CMG